quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A Conquista das Guianas


Quarta-feira, 20 de fevereiro.
O custo de vida em Caiena, e em toda a Guiana Francesa, é muito alto para nossos padrões. A gasolina custa 1,73 Euros o litro, equivalente a R$4,53. A diária no Novotel em apartamento standart para duas pessoas, custou 211 Euros (R$555,44). Um lanche para dois no restaurante do Novotel, custou R$101,35.
Ontem à tarde, enquanto conhecíamos a cidade, encontramos um supermercado Carrefour bastante grande. Entramos para conhecer, e ficamos impressionados com o que vimos. Enorme, repleto de produtos das mais diversas procedências, notadamente da França. A gôndola de águas parecia não ter fim: uma infinidade de marcas, tamanhos e preços. E a de vinhos então! Do mundo inteiro, mas especialmente os franceses. Queijos, presuntos, patês, chocolates, lácteos, de deixar qualquer um boquiaberto.
A Rodovia N2, na Guiana Francesa. Pavimento impecável.

Ponte estreita. Um veículo por vez

Cruzando a ponte estreita

A N2 corta a floresta
N2 é a rodovia que liga Caiena e Saint Georges de l´Oyapock. São aproximadamente duzentos quilômetros de estrada boa, asfalto perfeito, sem buracos, sem surpresas nas entradas e saídas de pontes, pouco movimento, mas com muitas curvas. Tem-se a impressão de que quando construíram a rodovia, a maior preocupação foi não agredir a natureza, por isso ela é estreita e ondulada, acompanhando o capricho do terreno, com poucos cortes de morros e quase nenhum aterro. E como tem acontecido nos últimos dias, a chuva foi nossa companheira. Estamos virando sapos.
Chegando à fronteira

O Brasil está logo ali!

Instalações fronteiriças no lado da Guiana Francesa

Terezinha foi conferir

Ao fundo, a ponte que liga os dois países, ainda não inaugurada

Aí está ela.
A saída da Guiana Francesa ainda é pelo centro da pequena cidade de Saint-Georges, onde está o prédio da PAF – Police aux Frontières, ramo da Police Nationale encarregado da vigilância de fronteiras, que funciona das 8 às 12 e das 14 às 18 horas, e onde se toma a balsa para a travessia do rio Oiapoque. Ou, na falta desta, via transporte alternativo.
Centro de Saint Georges, na Guiana

O rio Oiapoque, visto do centro de Saint Georges

Praça central de Saint Georges

Repartição Pública na Guiana
A ponte que liga os dois países já está pronta, porém não pode ser utilizada porque ainda não foi inaugurada. Não foi inaugurada, porque o governo brasileiro não cumpriu sua parte no acordo para a ligação asfáltica entre os dois países. No lado da Guiana está tudo pronto: estradas e acessos asfaltados, instalações policiais, alfandegárias e de outros órgãos de controle. No lado brasileiro, nada! Nada de acessos, nada de instalações. Inclusive falta asfaltar mais de cento e cinquenta quilômetros da BR 156, que liga Macapá à cidade de Oiapoque. Inacreditável!
Preparando para embarcar

Canoa a postos...

Rampa em posição...

Todo cuidado é pouco!

E aos poucos ela vai se acomodando na canoa

Um trabalho de paciência...
A travessia do rio Oiapoque é feita através de uma balsa, mas como nesta época o movimento é pouco, ela quase não opera. Somente quando é solicitada, e custa 400 Euros a travessia. Isto significa que, se passar só a moto, tem que pagar integral. Dois ou mais veículos, dividem. Como só havia nós para passar, então, para a moto, a solução é o transporte alternativo, em pequenas canoas.
Já está quase lá!

Acertando os últimos detalhes...

Amarrando firmemente. Nós de marinheiro!

Moto embarcada, aproveito para uma pequena faxina...

Conferindo a segurança

Embarcando...
Existem dois grupos de “atravessadores” do rio. O amarelo (porque usam camiseta amarela) e o verde (camiseta verde), e que, quando veem algum provável cliente, imediatamente começam a disputar quem levará. Depois de presenciar acirrada discussão, mútua troca de acusações, elogios e outras sutilezas, optamos por um grupo misto: chefe verde e dois auxiliares, um amarelo e um neutro. E eu reforçando a equipe. Custou 60 Euros, aí incluídas a carga e descarga. Sim, porque não é fácil colocar uma moto grande em uma canoa pequena, que não é apropriada para isso. Terezinha ficou encarregada de fotografar as operações de carga e descarga. E como sempre, o fez com muita competência. A chuva prejudicou um pouco a “fotografação” do desembarque, que foi feita à distância, de um abrigo próximo.
Navegando...

Olhos atentos!

A ponte que não foi inaugurada ainda

Ali está Oiapoque
Moto embarcada, lá vamos nós em direção ao Brasil. A travessia demora em torno de meia hora, isto porque é necessário navegar rio acima, por uns três ou quatro quilômetros. Nesse ponto, o rio Oiapoque tem largura variando de trezentos a quinhentos metros, águas limpas, calmas, e intenso movimento de pequenas embarcações, tanto de pescadores em direção ao Oceano, quanto de ribeirinhos, turistas e motociclistas.
Desembarcando no Brasil

Verdadeira operação de guerra

Finalmente

A equipe. O chefe exibe orgulhoso seus Euros merecidamente ganhos
Ao deixarmos a Guiana Francesa para trás, veio-me à lembrança um dos objetivos dessa viagem: visitar os últimos três países da América do Sul que ainda não conhecíamos, ou seja, as Guianas, de moto. Tarefa cumprida!
Agora vamos para o objetivo seguinte: visitar e nele rodar de moto, o único estado brasileiro que ainda não conhecemos: o Amapá. Não querendo ser otimista, mas acho que cumprimos esse objetivo também, ao nos deslocarmos do desembarcadouro até o hotel, em Oiapoque. Foram apenas quinhentos metros, mas pertencentes ao Amapá.
Vista do Hotel Floresta

Aqui começa o Brasil

Belo marco, visto por outro ângulo

E por outro

E por outro

Mais uma para fixar bem!
No centro da cidade de Oiapoque, às margens do rio, encontramos um marco, muito bonito, bem conservado, com bandeira do Brasil hasteada, e com os dizeres: “Município de Oiapoque. Aqui inicia o Brasil”, e trechos do nosso Hino Nacional. Não tivemos dúvida: fotografamos para marcar nossa passagem pelo local.
Agora, eu e Terezinha já podemos dizer que fizemos “do Oiapoque ao Chuí”, de moto.
A ponte, vista da cidade de Oiapoque

Uma geral do monumento, com a Bandeira do Brasil hasteada

Outrasita mas...
Estamos hospedados no Hotel Floresta (www.floresta.fr), telefones (96) 8807-6168, 3521-1250 e 4204-021, na margem do rio Oiapoque. Hotel simples, confortável, preço razoável e com vista privilegiada do rio.

2 comentários:

  1. É meus amigos isso só para bravos, e voces os são. Parabens. Tenho viajado com voces. Abraços

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    1. Grande honra ter a sua companhia nessa viagem, meu amigo. E vamos em frente!
      Osmar e Tereziha

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